Esta semana estamos de volta com o novo artigo da rubrica Método Montessori! O tema de hoje é “o Adulto”, afinal de contas o adulto é o elo entre a criança, o material e o ambiente preparado. É quem acompanha a criança no seu desenvolvimento, desperta o seu interesse e estabelece uma relação de confiança, de aceitação e de respeito.
A preparação do adulto é uma das mais importantes componentes deste Método, Maria Montessori defende que o ambiente Montessori assemelha-se à “criação de um novo Mundo”, algo que não é uma tarefa fácil, mas que as crianças o fazem na perfeição, e o papel do adulto é ajudá-las.
Quando preparamos um ambiente adequado para o desenvolvimento da criança, respondemos aos seus interesses e necessidades visto esse ambiente fornecer motivos de atividade produtiva. Adicionalmente, o ambiente deverá possuir limites claros e firmes, que favorecem o desenvolvimento pessoal e a harmonia do grupo.
Nesse contexto, a observação é um factor essencial para responder às necessidades e interesses da criança. Vê o vídeo que preparamos para ti sobre a observação na prespetiva do Método Montessori.
Com este vídeo têm um resumo breve sobre parte da importância da observação, para observar implica uma disciplina interna, uma atitude de vida e um espírito científico de busca, de inovação e de curiosidade. Além de uma habilidade técnica, deve transformar-se em uma forma de estar e de ser com o mundo que nos rodeia. Para observar é necessário silenciar a mente e estarmos no presente, temos de nos libertar de ideias pré-concebidas, juízos de valor ou preferências, com uma postura que aceita o que se lhe apresenta sem assumir conclusões ou permitir interferências de acontecimentos passados.
Se pensarmos bem as crianças também nascem com um espírito científico de observação, é através dela que a criança absorve a essência humana, adquirindo as suas características e cumprindo o seu trabalho de autoconstrução.
O adulto deve estabelecer um laço afetivo e uma comunicação clara com a criança, falando-lhe de uma forma presente, mantendo contacto visual, ser respeitoso e empático com as suas emoções.
Segundo Montessori o adulto deve questionar-se sobre si mesmo, pessoal e profissionalmente, para que consiga redefinir algumas crenças sobre si mesmo. Todo este olhar introspetivo – para “dentro” – é fulcral para que o adulto evolua no sentido daquilo que as crianças esperam dele e não os outros adultos.
A comunicação é algo extremamente importante, pode ser mais eficaz e positiva se utilizarmos algumas estratégias básicas, deixo a alguns exemplos:
Em uma sala de aula Montessori, existem, normalmente, dois adultos: o Guia e o Assistente. O(a) Guia possui uma formação mais prolongada e intensiva; tem como principais funções a de apresentação dos materiais e observação profunda das crianças e do ambiente. Já o(a) Assistente têm uma formação mais simples e curta; é responsável pelos exercícios de graça e cortesia e algumas variações dos jogos sensoriais.
O(a) Guia cumpre duas funções essenciais no ambiente:
- Acompanha o grupo em geral;
- Dá lições individuais, apresentando o material regularmente e mostrando a sua correta utilização
No que se refere à sua preparação do(a) Guia requer a capacidade de observação acertada e sem juízos de valor ou pré-conceitos e envolve uma atitude de humildade e de respeito para com a criança. O(a) Guia deve prepara-se em três âmbitos:
- Preparação Técnica (aprender o uso adequado dos materiais, conhecer as características de desenvolvimento das etapas da criança com quem trabalha, movimentar-se com análise e economia de movimentos (precisos, gentis e graciosos)
- Preparação Científica (desenvolver as competências para a observação; manter a atenção focada em algo ou alguém de forma objetiva, observando a criança através de uma postura e atitude científica)
- Preparação Espiritual (implica um trabalho de introspeção do(a) Guia, descobrindo e aceitando os seus defeitos que podem construir uma barreira entre ele e a criança.
Em suma, o adulto é, simultaneamente, observador e Guia, pois ajuda e estimula a criança com todo os seu empenho. Isso permite que as crianças hajam, queiram e pensem por si próprias, o que por sua vez irá ajuda-las a desenvolver confiança e disciplina interior.
E chegamos ao fim de mais um artigo desta nossa querida rubrica! Comenta o que achaste e partilha 😉
Deixamos a baixo a bibliografia 🙂