Regulação emocional na infância

Olá a todos! Vamos retomar os nossos artigos e esta semana falaremos sobre a REGULAÇÃO EMOCIONAL NA INFÂNCIA. Sabem o que é?

►Todas as nossas experiências envolvem emoções e todas as nossas emoções serão geradas a partir das nossas experiências quotidianas, desde as atividades mais elementares às atividades mais complexas. A capacidade de regulação das emoções é essencial para o desenvolvimento sócio emocional das crianças e está associada com a qualidade dos vínculos que a criança estabelece, com o desempenho cognitivo e escolar e até com manifestações de ordem psicopatológica.

Mas o que significa REGULAÇÃO EMOCIONAL?

Há autores que definem a regulação emocional enquanto processos extrínsecos e intrínsecos ao indivíduo e que são responsáveis por monitorizar, avaliar e modificar reações emocionais, quanto ao momento e intensidade, mais adequados, tendo como objetivo atingir uma meta. Há uma distinção entre controlo e regulação: a REGULAÇÃO seria ‘o ajustamento dinâmico’ do comportamento emocional, enquanto que o controlo se reporta à contenção dos processos emocionais.

► E o que influencia a capacidade de REGULAÇÃO EMOCIONAL nas crianças?

O desenvolvimento dessa habilidade está associada à interação da criança com as variáveis ambientais, tais como a família ou a cultura. As interações entre o temperamento da criança e as características comportamentais dos progenitores, como, por exemplo, o estilo parental, será de extrema importância. Haverá também a influência do contexto mais amplo, ou seja, da cultura em que a criança está inserida, o que vai além das interações entre a criança e os seus cuidadores primários. Aqui falamos da escola, da comunidade, religião. Muito da regulação emocional se desenvolve ao longo dos primeiros anos de vida e nesse sentido mantêm uma relação direta com a importância que os cuidadores e as figuras de vinculação desempenham.

Como os pais influenciam na REGULAÇÃO EMOCIONAL de seus filhos?

As reações parentais às emoções das crianças, bem como a reação dos pais as suas próprias emoções servirão de modelo aos filhos. Em crianças muito pequenas, haverá maior impacto a maneira como os pais regulam as emoções dos seus filhos incluindo o cuidar emocional ou a responsividade enquanto que, em idades pré-escolares ou escolares, além do apoio emocional, a discussão dos sentimentos e emoções e o desenvolvimento de estratégias de coping (estratégias de enfrentamento) adaptativas terão maior valia. A interação entre as crianças e os seus cuidadores primários molda em grande parte como as pessoas conseguem regular a expressão das suas emoções. Interações positivas com o cuidador responsivo, sensível e afetuoso permitem o desenvolvimento de um sentido de segurança, confiança em si e no outro e de autoeficácia face a eventos geradores de perigo ou estresse. Por outro lado,  os pais que inibem a expressão de emoções dos filhos ou manifestando comportamentos superprotetores ou negligentes, inibem as crianças de experimentarem estratégias de regulação emocional que lhes permitam um ajustamento emocional às várias situações quotidianas. A observação tem mostrado que as crianças regulam as suas emoções de modo mais adaptativo ao seu contexto, adquirem e desenvolvem estratégias de regulação emocional construtivas quando os pais respondem de forma suportativa às suas manifestações emocionais negativas.

Portanto, nós adultos, precisamos cuidar de nossas emoções, de nossa saúde mental e assim poderemos ser referências positivas para nossas crianças.

Boa leitura!


Este artigo é da autoria da nossa querida convidada: Viviane Balero Landis – psicóloga e neuropsicóloga (vivianebaleronp@gmail.com). Descobre mais sobre ela em: https://www.instagram.com/viviane.landis/?hl=pt 😉

Esta imagem tem um texto alternativo em branco, o nome da imagem é Clean-Work-Place-Blog-Banner-1024x576.jpg