Desenvolvimento Psicomotor 2-3 anos

Entre os dois e os três anos de idade ocorrem aprendizagens fundamentais na vida das crianças que impactam profundamente sua autonomia, sua auto-imagem e a relação com os pais.

A partir dos dois anos de idade, as habilidades motoras vão se tornando cada vez mais refinadas e desenvolvidas.

🔹 Começando com uma marcha consistente até que, com cerca de três anos, a criança seja capaz de correr, pedalar, chutar uma bola e ficar em um pé só. As quedas farão parte, serão muito frequentes no começo e isso é absolutamente natural. Por meio dessas experiências de cair e de levantar, serão vivenciadas sensações de extrema satisfação e também de frustração e ansiedade. De modo que é importante que a criança crie recursos emocionais e físicos para aguentar tanto as conquistas quanto os desafios.

🔹Outro marco de autoconhecimento e de crescimento que começa a se desenvolver a partir, aproximadamente, dos dois anos é a capacidade de controlar os esfíncteres (primeiro os intestinos e depois a bexiga). É preciso que os adultos ajudem nesse momento, perguntar com maior frequência se a criança está com vontade de ir à casa de banho e indicar-lhe quais são os sinais aos quais precisa prestar atenção para que identifique essas necessidades.
Muitas vezes esse processo é bastante angustiante para os pais, o que repercute na criança. É fundamental que os ritmos sejam respeitados para que o processo ocorra sem ser grande fonte de ansiedade.

🔹 O seu desenvolvimento de uma criança não é linear, as mudanças que vão se produzindo ocorrem de forma gradual, são períodos contínuos que vão sucedendo.
É uma altura em que a criança começa a gerar ideias sobre elas e a associá-las entre si. A criança será muito curiosa, perguntando sempre o porquê das coisas (a fase dos “porquês”). Começa a jogar com a imaginação. Classifica os objectos pela sua cor e pelas suas formas.

🔹 À medida que se desenvolvem as suas competências lingüísticas, a criança começa a exprimir-se de outras formas, que não apenas a exploração física – trata-se de juntar as competências físicas e de linguagem (por ex., quando faço isto, acontece aquilo), o que ajuda ao seu desenvolvimento cognitivo. A melhor maneira para fomentar a sua comunicação verbal é ouvir com carinho as suas perguntas e responder às mesmas com respostas claras e adequadas à sua capacidade de compreensão para que assim desenvolva a sua inteligência. Nesta etapa o desenvolvimento da linguagem e o cognitivo estão muito ligados.

🔹Desenvolvimento da consciência de si: a criança pode referir-se a si própria como “eu” e pode conseguir descrever-se por frases simples, como “tenho fome”.

🔹A memória e a capacidade de concentração aumentaram (a criança é capaz de voltar a uma atividade que tinha interrompido, mantendo-se concentrada nela por períodos de tempo mais longos).

🔹Por volta dos 32 meses, começa a apreender o conceito de seqüências numéricas simples e de diferentes categorias (por ex., é capaz de contar até 10 e de formar grupos de objetos).

🔹No que se refere ao desenvolvimento social, Imita e tenta participar nos comportamentos dos adultos: por ex., lavar a louça, maquiar-se, etc.

🔹Nesta fase, as birras são uma das formas mais comuns da criança chamar a atenção – geralmente deve-se a mudanças ou a acontecimentos, ou ainda a uma resposta aprendida (as birras costumam estar relacionadas com a frustração da criança e com a sua incapacidade de comunicar de forma eficaz).



Fonte:

(Livro) Perturbações do Neurodesenvolvimento, 2015, (editora) Lidel;

(site)http://www.mundodoabc.com.br/blog/143-fases-do-desenvolvimento-infantil-0-a-6-anos]

(site)https://labedu.org.br/desenvolvimento-infantil-dos-2-aos-3-anos-satisfacoes-da-autonomia-e-resistencia-as-frustracoes/;